terça-feira, 18 de março de 2008

Segunda

Ê, Segunda
Com chuva
Sem chuva
Segunda preguiçosa
Se arrasta.
Arrasta com ela
também minha dor.
Deixa arrastar
Deixa parar de Doer
Deixa a semana entrar
Abra a porta, segunda
Trabalho,
Deixa entrar.

Semanário

Toda Segunda
inunda.

Toda Terça
pesa

Toda Quarta
marca

Toda Quinta
pinta

Toda Sexta
incerta

Todo Sábado
aguado

Todo Domingo
dormindo.

Saudade

Saudade, falta doída.
Arde, dói, povoa a mente.
A gente mente que não sente.
A falta corroe,
A saudade invade.
Louca
Pouca
Dor aos pedaços.
Coração longe
em frangalhos.
Saudade
arde a falta de quem aqui já esteve.


OUTRA

Um dia
O espelho me assustou.
Olhei
Não me vi.
Vi
outra pessoa,
Será que sou eu?
Quem é essa?
Susto!
Aos poucos
me descobri outra.
Nos outros,
me vi torta.
Em mim,
Me vi toda.
Hoje sou outra
da mesma
que fui um dia.

FALO

Tudo o que digo me escapa.
Hoje penso pouco no que falo
Para não deixar de dizer verdades
Antes caladas pela razão.
Nada de desabafo,
Apenas falo.
Não mais calo
Falo sem censuras
Palavras de liberdade.

Eu te disse

Eu te disse:
minha vida é triste.
Eu te disse:
Nada de mim existe.
Eu te disse:
Tudo em mim é um xiste.
Eu te disse:
Cada pedaço de meus pensamentos flutuam de encontro aos seus.
E tu , reticente, disseste-me:
Não sou nada.
Um nada em que navego,
Um nada a que me entrego.
Não te conheço,
Não sei quem és,
Mas te sinto.
Isso me basta...

Letras

Olha a letra, sozinha nada,
junta, mãos dadas: PALAVRA.
Olha a palavra, sozinha: solitária,
junta: PERÍODO.
Olha o período, sozinho: retalho,
junto: PARÁGRAFO.
Olha o parágrafo, sozinho: trecho,
junto: LIVRO.
Olha o livro, sozinho: ilha,
Nas mãos: VIAGEM.

Vida Gaivota

Sou gaivota
voando sem rumo
buscando o prumo
da vida veloz.

Plainando no ar
mergulhando no mar
tentando achar
a maior liberdade de viver.

Livre das gaiolas
amarras
solto minhas asas
vôou e olho de cima
o mar ondulando
o azul mareando
Maré cheia de azul
Verde
Liberdade
Mergulhar
Nadar
Nas águas da vida - gaivota sou.