Todo mundo sabe que o responsável por eu ler e escrever poesia é meu pai. Quando eu estava com 12 ou 13 anos, seu Senra me jogou nas mãos a antologia poética do Drummond, eu comecei a ler e não entendia bem, mas aquilo me tocou de uma forma que se entranhou em mim e não pude mais abandonar aquilo, devorei o livro do Drummond e do Drummond fui pro Quintana e do Quintana pra Cecília e da Cecília pro Gullar. Ah, o Gullar, como não se embriagar em suas palavras, em seu jeito de escrever, como não se sujar de poesia com ele?
Hoje, acordo e me deparo com essa triste notícia, mas um dos meus poetas se vai, mais um a me deixar órfã! 2016 não está sendo legal comigo nesse ponto! Então a quem nunca se sujou com Gullar, corre que ainda dá tempo, lê e se lambuza desse homem, ele se foi, mas como todo poeta ficou na gente! Tenho vivos em mim todo e cada poeta cuja obra me tocou!
Sempre é tempo de se sujar de poesia!
Vá na paz, amigo Gullar, obrigada por me sujar!
domingo, 4 de dezembro de 2016
A Ferreira Gullar
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