terça-feira, 15 de junho de 2010

Palavras são sãs

Não sei onde fiquei, sei que fiquei, passei, fui, fugi de mim. Respostas não procuro mais. Mais do que isso, me questiono sobre coisas passadas, que não passam mais.
Olhar para trás, não mais. Disse o poeta: Pra frente é que se anda. Eu digo para trás não passa mais.
Coisas são assim, pessoas sãs. Eu, pessoa nefasta, pessoa que afasta, pessoa gasta, pessoa que pasta.
Pasta por esse mundo de palavras que voam, desgastam, envelhecem. Pasto palavras e coisas, sonhos e pesadelos, ascenções e quedas...
Eu passo e minhas palavras ficam, "em bom português", traçadas, escritas, escarradas, paridas, soltas em algum papel que o tempo leou, de um tempo em que eu me deixei para mais tarde me encontrar.
Em qualquer dessa palavras fica um pedaço da minha atmosfera insípida, inodora, sonsa e zonza.
Palavras são. E eu? Sou, ainda sã. em algumas dessas palavras me escondi, noutras me achei; em algumas perguntei,, noutras respondi; em algumas viajei, noutros ancorei e paratodas elas me entreguei.
Deixei que me levasse falassem pelas minhas mãos. E agora sei que elas me levam e me trazem, quando querem. Atormentam-me à noite, abandonam-me de dia.
Palavras são caprichosas, usam e abusam, mas amo ser abusada e abusar delas. Com elas sou mais do que imaginava poder ser. Sou e serei muito mais.
Palavras são, eu serei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário